Mafra || Museu de Escultura Comparada esteve hoje (excepcionalmente) aberto [Imagens]

Jornal de Mafra 2018.06.09 19h35m42s 020

Bárbara Figueiredo meteu uma lança em África e conseguiu abrir ao público, por umas horas, o Museu de Escultura Comparada, um museu (desconhecido) situado no piso térreo do Palácio Nacional de Mafra.

O Museu de Escultura Comparada está habitualmente encerrado. O piso e as paredes estão a esfarelar-se e o palácio não tem nem funcionários para o manter aberto, nem condições físicas para manter activo um museu no século XXI, por isso, Bárbara Figueiredo, uma mestranda da  Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, que depois de desafiada por uma sua professora, decidiu dedicar o seu mestrado a este polémico museu de escultura comparada, meteu uma lança em África.

Podia denominar-se, apropriadamente, museu do gesso. Nove salas onde se exibem modelos de esculturas do sec. 13 ao séc. 16, modelos que, uma boa parte das vezes, estão, compreensivelmente, em melhores condições do que as estátuas in situ.

Urge abrir este museu. A cultura é, sem dúvidas, uma das actividades em que a acção do estado mais se justifica, no entanto, a dificuldades do estado no financiamento da cultura são uma doença crónica e o Museu de Escultura Comparada é um exemplo acabado disso mesmo. Por isso, Bárbara Figueiredo meteu aqui uma lança em África, por isso é necessário despertar “a cultura” política para a necessidade de intervir, sendo que o actual director do Palácio nacional de Mafra, tanto quanto sabemos, tem estado a desenvolver esforços nesse sentido, esperemos que possam vir a ser coroados de exito.

Mas as responsabilidades não são só do estado e da sua já crónica penúria financeira. As responsabilidades passam também pela comunicação social – em abono da verdade, devemos dizer que só o Jornal de Mafra tem dado voz a este problema – e as responsabilidades passam ainda pelas entidades locais.

A responsabilidade passa, finalmente, pelas empresas e pelos empresários, nomeadamente, pelos empresários do concelho, por aqueles que vivem à sombra do orçamento camarário, muitas vezes beneficiando de ajustes directos, há dezenas de anos, e que teriam aqui uma soberba oportunidade de contribuir para algo de verdadeiramente importante no plano cultural.

Papel fundamental podiam ter aqui outro tipo de empresários, aqueles que actuando no concelho, têm dimensão nacional ou regional. A Mafrense pertence a um empresário ligado à TAP, o seu proprietário foi mesmo agraciado com uma medalha municipal, a Isidoro Duarte também tem sede no concelho e actividade alargada, a Frutoeste, a Sicasal e outras mais que poderiam tomar esta “empresa” nas suas mãos, caso estivessem dispostas a acções de mecenato.

 

 

 

 

 

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