Deputados do PS visitaram o Palácio Nacional de Mafra

Jornal de Mafra 2018.03.27 22h28m23s 100

Ricardo Leão, Maria da Luz Rosinha, Pedro Delgado Alves e Gabriela Canavilhas, deputados do Partido Socialista na assembleia da República, visitaram hoje o Palácio Nacional de Mafra. Esta visita, guiada por Mário Pereira, director do Palácio Nacional de Mafra e por José Medeiros, um conhecedor profundo da história e das histórias do palácio,  foi feita a convite da estrutura concelhia de Mafra daquele partido politico e destinou-se a permitir que aqueles parlamentares se inteirassem do estado dos carrilhões, da premência da manutenção dos 6 órgãos da Basílica e do estado geral de conservação do palácio.

“Durante os 4 anos do governo anterior (PSD) ficou engavetada uma resposta que já tardava há bastante tempo e que já estava encaminhada quando governo anterior a esse (PS) cessou funções, deixando imobilizados 1,5 milhões de euros para o restauro dos carrilhões” [Pedro Delgado Alves, deputado do PS]

No final da visita, que cruzou vários espaços menos conhecidos do palácio – sacristia, museu de escultura comparada, terraços da área da enfermaria, e, claro está a zona dos carrilhões e terraços contíguos aos famosos sinos – quisemos saber do deputado socialista Pedro Delgado Alves, membro da Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, se os objectivos pensados para esta visita tinham sido alcançados. “Agora que finalmente vai arrancar o restauro dos carrilhões, viemos inteirar-nos do estado em que se encontram, no momento em que vai começar essa recuperação“. Referiu depois que a prova da importância que é dada a este espaço, passa também pela instalação aqui de um pólo do Museu da Música. De salientar também “um levantamento bastante detalhado de outras questões, que vamos continuar a acompanhar no parlamento“. Reagindo a uma pergunta nossa relativa à presença recente de um grupo de deputados do PSD em visita ao palácio e às posições do PSD Mafra a respeito do processo de recuperação dos carrilhões, Pedro Delgado Alves afirmou que “quem chega tarde, dificilmente consegue perceber o problema e dificilmente consegue dar-lhe uma resposta. Durante os 4 anos do governo anterior (PSD) ficou engavetada uma resposta que já tardava há bastante tempo e que já estava encaminhada quando governo anterior a esse (PS) cessou funções, deixando imobilizados 1,5 milhões de euros para o restauro dos carrilhões. E em relação ao voltar de atenções do PSD Mafra para a manutenção dos órgãos da Basílica, “a má consciência que o PSD local possa ter em relação a um assunto que deixou adormecido, volta-se agora para algo que ainda ficou por fazer […] estamos cientes de que ainda há muito para fazer em relação a este monumento, sejam os órgãos, o museu de escultura comparada, ou a necessidade de intervenções adicionais nos espaços visitáveis“.

[É] “inadmissível que património cultural com esta magnitude, seja usado como arma de arremesso político-partidário, é inaceitável que uma obra desta importância, seja utilizada como um joguete partidário, sobretudo vindo de um partido que esteve quatro anos no governo, até há um ano e meio atrás, e que não resolveu o problema dos carrilhões, mais a mais tendo maioria absoluta” [Gabriela Canavilhas, deputada do PS]

De Gabriela Canavilhas, quisemos saber como via actual gestão partilhada do Palácio de Mafra entre militares, igreja católica, câmara municipal e ministério da cultura. A deputada não valorizou essa dispersão de competências, referindo que, na realidade, a responsabilidade é sempre do estado, independentemente das vertentes que assuma, “entre capelinhas e entre departamentos, o que deve prevalecer é o interesse público […]  esse é o menor dos problemas. Fez depois intenção de referir, ser “inadmissível que património cultural com esta magnitude, seja usado como arma de arremesso político-partidário, é inaceitável que uma obra desta importância, seja utilizada como um joguete partidário, sobretudo vindo de um partido que esteve quatro anos no governo, até há um ano e meio atrás, e que não resolveu o problema dos carrilhões, mais a mais tendo maioria absoluta“. Referiu ainda que “o património é de todos, da esquerda, da direita, é do PSD, é do PCP, é do povo de Mafra, é do povo português, e em breve será de todo o planeta, quando for património mundial […] em pouco tempo, este governo reuniu as vontades financeiras e politicas, para resolver o que o PSD não conseguiu resolver em quatro anos e meio”. Fizemos depois uma pequena provocação a Gabriela Canavilhas, quando lhe perguntámos como é que comentaria algumas informações que a dão como a próxima Ministra da Cultura, “não, de maneira nenhuma, temos um excelente ministro da cultura“, foi a resposta que obtivemos.

Sérgio Santos, presidente da concelhia de Mafra, afirmou, por sua vez, que “com esta visita, o PS Mafra deu um passo mais para aquilo que é realmente importante, que é o restauro dos carrilhões de Mafra, para que a população de Mafra e do país possa usufruir do monumento em plenitude

Os deputados do PSD, Carlos Silva, Pedro Pinto, Ana Sofia Bettencourt, Sandra Pereira e Pedro Roque, acompanhados pelo seu correlegionário político e Presidente da Câmara de Mafra, Hélder Silva, haviam também visitado o monumento, há pouco mais de uma semana. Esta visita foi feita sem a presença de jornalistas, como é habito aqui no concelho, dela só tendo havido notícia posterior, através de um artigo do Diário de Notícias, elaborado com base num num trabalho da Lusa, desconhecemos se feito a partir do terreno ou resultante de contactos telefónicos.

 

No concelho de Mafra, o respeito pelo trabalho da comunicação social, por parte das forças que  por aqui exercem o poder, está pouco acima de zero. Razões haverá, no entanto, para que esta situação não faça mover a maior parte dos OCS que por aqui vão trabalhando. Será talvez chegado o momento de o país olhar para esta situação verdadeiramente anómala, que afecta a liberdade de imprensa e que subverte os princípios que devem guiar o exercício da actividade de informar, num ambiente em que a concorrência devia ser exercida com mesmo nível de acesso às fontes públicas e com nas mesmas condições concorrenciais.

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