Direção-Geral da Saúde | Afinal o que é a doença dos legionários?

Jornal de Mafra 2017.11.07 17h12m15s 006

Tendo em consideração o surto de Doença dos Legionários que grassa neste momento no Hospital São Francisco Xavier, fica aqui alguma informação que ajuda a esclarecer o que é a doença dos legionários.

Jornal de Mafra 2017.11.07 16h49m44s 005

1. O que é a doença dos legionários?
É uma forma de pneumonia grave causada por uma bactéria Legionella pneumophila.
A doença desenvolve-se habitualmente 5-6 dias depois da infeção, podendo nalguns casos ser de 2-10 dias.

2. Quais são os principais sintomas?
A doença inicia-se habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia.

 

 

3. Como pode ser contraída a doença dos legionários?
Através da inalação da bactéria Legionella presente em aerossóis.
Os aerossóis são constituídos por gotículas de água que contêm as bactérias, geradas pela água corrente de torneiras ou chuveiros, autoclismos ou piscinas/SPA.
A bactéria pode sobreviver e multiplicar-se a temperaturas entre 25 e 42°C. Também pode ser encontrada em baixas concentrações em ambientes naturais, tais como rios, lagos e solos húmidos. Concentrações elevadas verificam-se em sistemas de água artificiais inadequadamente mantidos, nomeadamente torres de refrigeração.

4. A doença pode ser contraída pela ingestão de água?
A doença dos legionários transmite-se através da inalação de aerossóis contaminados com a bactéria e não através da ingestão de água.

5. Onde estão situadas as bactérias Legionella?
Em circuitos de água, nomeadamente locais de formação de aerossóis, tais como:
• Chuveiros e torneiras
• Bacias de spas (sinónimos: jacuzzis, banhos spa)
• Banhos turcos e saunas
• Torres de arrefecimento e condensadores evaporativos
• Fontes ornamentais
• Equipamentos de humidificação

6. Onde se pode multiplicar a bactéria Legionella?
Em circuitos de água, nomeadamente:
• Depósitos / cisternas de água quente e fria
• Água quente entre 25°C e 42°C
• Canalizações de água com fluxo reduzido ou nulo
• Lodos (biofilme) e sujidade em tubagens que alimentam chuveiros e torneiras e nas
• superfícies internas de depósitos
• Borracha e fibras naturais presentes em anilhas e vedações
• Cisternas (termoacumuladores) e depósitos de armazenamento de água quente
• Incrustações em tubagens, chuveiros e torneiras

7. O que fazer para reduzir o risco de infeção?
O risco de doença dos legionários pode ser evitado com um programa de vigilância e manutenção das instalações e equipamentos que utilizem água e que são suscetíveis de poder conter a bactéria Legionella, tais como unidades industriais, balneários, hotéis e hospitais entre outros.

8. Como é diagnosticada a doença dos legionários?
Pela identificação de sintomas e através de exames laboratoriais.

9. A doença dos legionários tem tratamento?
A infeção, apesar de poder ser grave, tem tratamento efetivo.

 

Hoje, na actualização efectuada pela Direção-Geral da Saúde, eram 34 os casos confirmados de Doença dos Legionários desde (a) 31 de outubro de 2017, dos quais:

– Todos os doentes apresentavam doenças crónicas já existentes
– 22 (65%) do sexo feminino
– 23 (68%) com idade ≥ 70 anos
– 5 (15%) atualmente internados em Unidades de Cuidados Intensivos
– 2 (6%) óbitos (b)

(a) No âmbito do surto do Hospital de São Francisco Xavier
(b) Óbitos ocorridos a 6 de novembro de 2017

Na conferencia de imprensa realizada esta tarde, a  diretora-geral da Saúde confirmou foi detectado um novo caso de legionella estando outro em estudo. São 35 os doentes internados nos Cuidados Intensivos.

Segundo a DGS “a realidade está a evoluir de forma positiva” uma vez que o número de novos casos está “a estabilizar e tende a diminuir”, contudo “vamos ver como evoluem os casos dos próximos dias”.

De acordo com o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, “este surto não foi provocado por falta de investimento no hospital. Os equipamentos são recentes. O que aconteceu aqui foi seguramente uma falha técnica”.
O ministro refere ainda que “os portugueses têm todos os motivos para confiar no sistema nacional de saúde e dos profissionais de saúde. Estes casos não deviam acontecer e isso está a ser acompanhado e investigado. São precisas mais ferramentas para evitar estas ocorrências, de precaução e vigilância”

Para mais informações ligue SNS 24 | 808 24 24 24.

[Imagem: Zeta Services]

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