Autárquicas 2017 | A entrevista que Hélder Sousa Silva não nos concedeu

Ashampoo Snap 2017.09.19 11h21m17s 008

Desde que iniciámos a edição do Jornal de Mafra, no já longínquo dia 13 de Outubro de 2014, ainda não nos foi concedida a ventura de entrevistar [“conversa entre duas ou mais pessoas (o(s) entrevistador(es) e o(s) entrevistado(s)) onde perguntas são feitas pelo entrevistador de modo a obter informação necessária por parte do entrevistado” ] o Senhor Engenheiro Hélder António Guerra de Sousa Silva, actual Presidente-recandidato da Câmara Municipal de Mafra, Presidente da Comissão Política de Mafra do Partido Social Democrata/Partido Popular Democrático e ex-deputado da nação.

Está naturalmente no seu direito, o Senhor Presidente-recandidato à Câmara Municipal de Mafra, pois uma entrevista é um acto voluntário para quem entrevista e para quem é entrevistado. Pelo nosso lado, pugnamos pelo direito de acesso às fontes, direito tão mais importante, quanto mais importante é a fonte, e quanto maior é o seu peso na vida de milhares de pessoas, como é o caso do Senhor Engenheiro Hélder António Guerra de Sousa Silva, Presidente-recandidato da Câmara Municipal de Mafra, Presidente da Comissão Política de Mafra do Partido Social Democrata/Partido Popular Democrata e ex-deputado da nação.

Não há entrevista, porque ela não nos foi concedida, mas nada impedirá os nossos leitores de conhecer a pool de perguntas a partir das quais nasceria a bateria de questões que constituiria a entrevista que nunca aconteceu. Aqui no Jornal de Mafra não deixamos perguntas na gaveta.

 

  • Há quantos anos é que se dedica exclusivamente à actividade política?
  • É verdade que existe uma má relação política entre vossa excelência e o Engº Ministro dos Santos, que em 2013 preferiria ver o Sr. José Bizarro à frente dos destinos do PSD Mafra e da Câmara Municipal? Esta má relação politica poderá vir a polarizar uma tendência no interior do PSD Mafra?
  • Não teme que a sua tão próxima relação com Passos Coelho possa vir a prejudicar o seu futuro politico?
  • O que é que o move a recandidatar-se à presidência da Câmara Municipal de Mafra?
  • Ouve-se insistentemente que a vereadora Célia Fernandes irá assumir o cargo mas que o ocupará por pouco tempo. Tem algum fundamento este rumor?
  • Qual é a sua política de entrega de contratos por ajuste directo?
  • Tem ideia de quantas associações do concelho não são dirigidas por militantes do PSD? Bombeiros, misericórdias, muitas associações com comodatos da CMM e clubes desportivos? Ou empresas importantes, nas áreas da banca dos plásticos ou das frutas?
  • Porque é que ao longo dos anos, os sucessivos governos camarários do PSD entregaram à empresa AECI um tão grande volume de contratos por ajuste directo?
  • O executivo tem apostado nas ciclovias. Quanto se gastou até agora na sua construção e manutenção? Quantos munícipes utilizam esses espaços? já reparou que os ciclistas ignoram frequentemente esses espaços e preferem circular na via normal?
  • Em relação aos espaços criados junto a estradas ou em parques, com equipamentos destinados a motivar o exercício físico. Quanto se gastou até agora na sua construção e manutenção? Quantos munícipes utilizam esses espaços?
  • Quanto é que a Câmara de Mafra já pagou em indemnizações relativas a expropriações da A21? Quantos processos falta ainda julgar? Quais são as provisões globais que a câmara destinou para essas indemnizações?
  • Durante estes 4 anos de mandato, há, ou houve algum membro da comissão política do PSD Mafra a quem a câmara tenha feito adjudicações de obras ou de serviços por ajuste directo? A quem? Com que periodicidade? Ascendendo a que valores?
  • Neste mandato, em função do aumento da taxa, que receita é que a CMM arrecadou a mais com o IMI? Como é que esse dinheiro foi utilizado? Vai baixar as taxas do IMI para 2018?
  • Como é que se explica que em 2017 haja ainda munícipes do concelho de Mafra sem acesso ao saneamento básico?
  • Porque é que não tem sido possível ultrapassar a entrega tardia aos vereadores da oposição e aos deputados municipais da oposição, dos documentos em discussão nas diversas reuniões municipais? Não poderá isso prejudicar o trabalho desses seus vereadores?
  • O facto de haver 3 órgãos de comunicação social a operar em instalações municipais, apoiados pois directamente ou indirectamente pela câmara, havendo um outro dirigido por uma militante medalhada do PSD e outro ainda que, embora legitimamente, se enquadra a si mesmo na imprensa católica, mostrando-se habitualmente próximo do PSD, não poderá limitar a liberdade de imprensa no concelho e não poderá distorcer a igualdade de condições da concorrência na área da comunicação social?
  • Ficou alguma coisa por fazer neste mandato que agora termina?
  • Para quando a prometida cobertura do centro da vila por uma rede de wifi?
  • Havia um acordo ente a Escola das armas, o Palácio e a Câmara para a construção de um elevador no Palácio Nacional de Mafra. Porque é que o projecto ainda não saiu da gaveta?
  • Quais vão ser as suas prioridades para o concelho em 2018?
  • “Sempre a inovar” é o lema da sua campanha. A que inovações iremos assistir no concelho ao longo do próximo mandato?

 

Temos acompanhado todas as iniciativas do PSD quando delas temos conhecimento e mesmo quando delas não nos é dado conhecimento prévio. Temos feito delas notícia logo que alguma informação nos chega. Estivemos, nomeadamente, no último jantar-comício que contou com a presença de Passos Coelho. A entrevista a Hélder Sousa Silva ficou por fazer, sendo ele o único líder político do concelho e o único candidato que não sentiu ser útil dirigir-se aos nossos muitos leitores. Lamentamos este facto em nome dos nossos leitores, a quem apresentamos desculpas, embora o Jornal de Mafra se tenha desdobrado em contactos, no sentido de conseguir a entrevista. As perguntas não serão cómodas, mas a comodidade não será o tom principal da vida de quem se dedica à política ou ao jornalismo.

 

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