Pároco Joaquim Batalha arguido por burla qualificada e fraude fiscal

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Ontem, a GNR em comunicado anunciou que tinham sido apreendidos mais de 200 mil euros em vestuário de uma marca de renome, tratar-se-ia de peças que “haviam sido doados pela respetiva marca a uma Instituição Particular de Solidariedade Social para serem enviados para um país da África Ocidental. Não cumprindo com a sua responsabilidade, a instituição começou a vender os artigos em feiras.”

O matutino Correio da Manhã avança hoje, na sua edição online, que o referido arguido de 80 anos será o Padre Joaquim Batalha, fundador da Associação João XXIII/Casa do Oeste. Este dignitário da igreja católica nega a autoria dos crimes de que é suspeito, burla e fraude fiscal.

 

Esta associação que opera também no concelho de Mafra, recebeu este ano da CM Mafra a Medalha de Mérito Municipal, Grau Ouro no dia do Município.

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Natural do lugar da Achada, freguesia e concelho de Mafra, Joaquim Batalha nasceu numa família de oleiros e considera-se, a si próprio, um “vaso em construção”, que o oleiro divino tem vindo a moldar desde o seio familiar, passando pelos seminários e por mais de 50 anos de vida pastoral, dedicados ao projeto da nova eclesiologia conciliar […] De 1952 a 1964, ainda na sua terra natal, criou um jornal de parede “ECOS” na sede da Ação Social e, com o apoio do grupo de jovens da paróquia, o jornal regional do Concelho de Mafra “O Jovem”, editado durante 25 anos […]  assistente eclesiástico dos Movimentos Rurais da Ação Católica, Vice-coordenador do Núcleo de Diálogo Social e Presidente da Fundação João XXIII/ Casa do Oeste.

Considerando que:

a) O Padre Joaquim Batalha exerce a ação pastoral cultivando a relação de proximidade com as comunidades, acreditando que o melhor testemunho da evangelização que a Igreja pode dar é “fazer circular a alegria da fraternidade de portas abertas”;

b) Tal proximidade tem vindo a materializar-se na mobilização dessas comunidades para a construção de igrejas ou centros pastorais, na constituição de grupos bíblicos, na organização de sessões de formação laicais, na promoção de atividades direcionadas à juventude, no apoio aos agricultores, através dos Movimentos Rurais da Ação Católica, entre muitos outros exemplos que evidenciam o seu dinamismo e polivalência;

c) Enquanto Presidente da Fundação João XXIII/ Casa do Oeste, instituição que desenvolve a sua atividade também no Concelho de Mafra, onde reúne muitos voluntários, tem vindo a ser o motor da solidariedade prestada à Guiné-Bissau, nas áreas da educação, saúde e agricultura;

d) Neste Dia do Município, pretende a Câmara Municipal prestar homenagem a um filho da terra que tudo fez, nas suas próprias palavras, “ao serviço da unidade e do bem de todos”.

Face ao exposto, proponho a atribuição da Medalha de Mérito Municipal, Grau Ouro, ao Reverendo Padre Joaquim Batalha.

Mafra, 24 de maio de 2017.

O Presidente da Câmara Municipal

(Hélder Sousa Silva)

 

Têm-se vindo a repetir escândalos financeiros com origem em associações, muitas delas ligadas à igreja católica, orientadas para a chamada “caridade”, sendo algumas delas apadrinhadas e até apoiadas financeiramente por entidades públicas nacionais ou locais. Destacamos o caso da “Caritas” que há algum tempo deu brado a nível nacional. Quando estalou o caso BES, também uma instituição de caridade, muito conhecida, sediada na Ericeira, teria investido em papel comercial desse banco, tendo na altura perdido mais de 1 milhão de euros, ou arriscado perder, uma vez que não sabemos se aquela instituição terá sido uma das que beneficiaram do mecanismo de salvaguarda desencadeado pelo governo.

Há que utilizar bem os dinheiros públicos, que são escassos e fruto do trabalho de todos nós, havendo também que usar redobrados cuidados e ver bem em que lapelas se colocam as medalhas.

 

 

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